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EDUCAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

16 de maio de 2022Area_MembrosArtigos ComentadosNenhum comentário

Educação para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva
Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20190477


Escrito por: Filipe Utuari de Andrade Coelho

O autor declara não apresentar conflito de interesse relacionado a esta publicação e expressões
aqui registradas.

Introdução

Os autores elucidam através da literatura que a Pneumonia associada à Ventilação Mecânica (PAV) é uma das principais infecções relacionada à assistência em saúde (IRAS), sendo a mais frequente em pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI). Outro ponto importante neste contexto, é a diferença entre os dias de utilização de ventilação mecânica (VM), os pacientes que desenvolvem PAV, apresentam tempo de VM cinco vezes maior em relação aos sem PAV.

Dessa forma, há menção sobre o Bundle (conjunto de ações) relacionado ao controle de PAV, e este está associado a uma diminuição da incidência de PAV. Contudo, ressalta-se a importância do treinamento dos enfermeiros nestas ações, a fim de garantir uma melhor adesão à tais práticas e assim diminuir/evitar a ocorrência de infecções.

Objetivo

Avaliar a adesão da enfermagem ao Bundle de prevenção à PAV e a taxa de incidência, antes e após a realização de Educação Permanente

Método

Estudo do tipo antes e depois, com abordagem quantitativa. Realizado em uma UTI geral adulto, em um hospital de Porto Alegre, entre o período de junho de 2017 a junho de 2018. Salienta-se que autores mencionaram sobre utilização do STROBE para guiar o estudo.

Foram incluídos todos os registros relacionados à adesão das medidas preventivas aplicadas pela enfermagem aos pacientes durante a permanência em ventilação mecânica, por tubo orotraqueal ou traqueostomia.

Dentre as medidas observadas do Bundle estavam:

  • Posição do filtro do ventilador mecânico quando: acima da inserção do tubo endotraqueal ou traqueostomia, além da ausente de sujidades;
  • Cabeceira do leito elevada entre 30° e 45°, quando a condição clínica do paciente permitisse;
  • Realização da higiene oral com clorexidina 0,12% e escovação dos dentes registrados em evolução de enfermagem nos horários das 8h e 20h;
  • Pressão do balonete (cuff), entre 20 e 30 mmHg, registrada sua realização em evolução de enfermagem nas 8h e 20h.

Os autores destacam que estas medidas foram elencadas a partir de protocolos, reuniões multidisciplinares, e assim elencaram as mais pertinentes que se adequassem a realidade da UTI em estudo. Em vista disso, em dezembro de 2017, ocorreu uma capacitação in loco com 48 profissionais de enfermagem da UTI, com duração de 20 minutos, abordando os seguintes tópicos:

  • Diagnóstico de PAV,
  • Fatores de risco e estratégias de prevenção;
  • Apresentação do Bundle
  • Situação da adesão da equipe às medidas preventivas;
  • Importância da segurança do paciente em UTI.

Dessa forma, foram observados e comparados os dados antes e após esta capacitação. A análise foi constituída por Variáveis qualitativas: frequência relativa e absoluta, e teste quiquadrado.

  • Variáveis numéricas: média/desvio-padrão, mediana/mínimo e máximo, e os testes de T de Studant e Mann-Whitney.
  • Regressão logística simples.

Resultados

Foram incluídos 302 pacientes que necessitaram de VM, e destes foram observados 13.490 registro das medidas preventivas do Bundle.

Na tabela 1 foi verificado o perfil dos pacientes antes e após a capacitação, a qual não se verifica diferença significativa entre as variáveis analisadas (sexo, dias de internação na UTI, internação hospitalar, óbito e PAV).

Já tabela 2, observou-se a diferença entre as adesões dos profissionais nas ações do bundle, antes e após a capacitação. No geral, evidenciou-se uma melhoria nas seguintes medidas: cabeceira elevada, higiene oral, escovação dos dentes e pressão de cuff (todos com p<0,001).

Na tabela 3, foi possível verificar que os dias em uso da VM, dias de internação em UTI e hospitalar são relativamente maiores quando a adesão às ações são menores à média de adequação verificada nos registros.

Na figura 1, percebe-se uma diminuição nas taxas de densidade de incidência de PAV mensais após a implantação do Bundle. Após a capacitação em dez/2017 as taxas de PAV flutuaram, porém, sempre menores que o início do estudo.

Discussão

Os autores elucidam sobre o impacto na PAV através do uso de Bundle, e referenciam uma metanálise de 2018 que comprovou a diminuição da PAV posteriormente a implementação das medidas preventivas de PAV. É elucidado que a National Healthcare Safety Network recomenda que se mantenha a taxa de densidade de incidência de PAV em 1,6/1000 VM-dia. Nesse sentido, é visto em estudo do Egito uma redução da taxa de densidade de incidência de PAV de 25 para 6/1000 VM-dia, após aplicação de Bundle. Outro ponto importante destacado foi a necessidade de haver auditoria diária para verificar a adesão das ações do Bundle e de seus registros pela equipe de enfermagem. Deste modo, a adesão das ações do estudo em questão, após a capacitação da equipe, foi de 92,7%, e se assemelha com estudo realizado na Arábia Saudita (94,2%).

E dentre os fatores fundamentais para o sucesso na redução da PAV após implementação do Bundle, está a realização de feedback para equipe de enfermagem. Em vista disso, em estudo realizado em Taiwan, evidenciou-se que juntamente a prática das medidas do Bundle, o feedback diário a equipe de enfermagem potencializa melhor adesão dos cuidados preventivos de PAV, refletindo sobre a redução da taxa de densidade de incidência de PAV de 2,84 para 1,31/1000 VM-dia.

Dentre as limitações destacam-se a dificuldade de obtenção do índice APACHE II devido ao método de coleta e a possibilidade do efeito Hawthorne (profissionais que ao perceberem que estão em momento de auditoria de determinada prática, atuam de forma adequada por saberem que estão sendo avaliados).

Conclusão

Houve um aumento de adesão relacionadas às medidas de prevenção sobre PAV, através da capacitação da equipe de enfermagem por um Bundle voltado a redução da PAV. Além de uma redução numérica da PAV e da taxa de densidade de incidência /1000 VM-dia

Comentários gerais

O artigo possui metodologia científica adequada ao que se propôs analisar, e por mais que a presença de PAV, após a capacitação da equipe no Bundle, tenha reduzido somente numericamente, sem significância estatística, observa-se um aumento na adesão das medidas preventivas de PAV pela equipe.

Desta forma, este estudo é um reforço positivo em relação a adesão dos Bundle dentro das UTIs. Como evidenciado pelo estudo, a literatura demostra que há redução de PAV após a inserção das medidas preventivas nos cuidados diários pelas equipes assistenciais. Contudo, ressalta-se que para determinadas medidas tenham melhor adesão e reflitam em melhoria das taxas de PAV, há a necessidade de engajamento da equipe. Nesse sentido, a aproximação com a equipe através de feedbacks, capacitações e gincanas culminam para que todos possam compreender a o propósito dos cuidados, e como estes refletem diretamente sobre a condição de saúde dos pacientes

Filipe Utuari de Andrade Coelho
Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem USP. Especialista em Membrana de Oxigenação Extracorpórea (ECMO) pelo Stollery Children’s Hospital Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva pelo IEP Hospital Israelita Albert Einstein. Professor Assistente da Graduação em Enfermagem. Coordenador PG Enfermagem em Terapia Intensiva da FCS Hospital Israelita Albert Einstein.

 

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